quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Es [perança] curo...

Por mais que se perdia no escuro, havia nela a esperança de se encontrar.
Via uma coisa fraca no final do caminho, um ponto branco, bem pequeno. Esperava que fosse luz, e se fosse luz, seria saída, e se fosse saída, seria salvação.

Não imaginava os insetos que poderiam estar ali a sua volta. Não imaginava os monstros horrendos que estariam a segui-la. Não imaginava sequer a falta de comida e de água que iria sofrer. Aquela luz - se é que era luz -, aquele ponto branco, aquela esperança a mantinha viva, e ela, mesmo no escuro, sorria. E ela, mesmo no escuro, falava consigo mesmo através de pequenos murmúrios. E ela, mesmo no escuro, se imaginava linda, bela e radiante.

E o que diriam quando ela saísse daquele caminho?
O que diriam seus pais? amigos? parentes?
E isso lhe importava?
E isso lhe faria diferença?

Qualquer coisa que falassem, nada seria pior que aquela escuridão.
De qualquer coisa que falassem, nada era pior que a solidão escuro, rodeada de bichos e insetos e monstros que ela ignora, mas que estavam ali. Sempre estavam ali.

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